Muitos acreditam que nossos amigos Exus são demônios, maus, ruins, perversos, que bebem sangue e se regozijam com as desgraças que podem provocar .
Mas por que este Orixá, irmão de Ogum, animado, gozador, alegre, extrovertido, sincero e, sobretudo amigo é comparado com demônios das profundezas macabras dos Infernos? Bem, para conhecer esta história vamos viajar para 6.000 anos atrás, até a antiga Mesopotâmia.
A Demonologia Mesopotâmica influenciou diversos povos: Hebreus, Gregos, Romanos, Cristãos e outros. Sobrevive até hoje nos rituais Satânicos que muitos já devem ter escutado e visto notícias na televisão e lido nos jornais, principalmente na Europa e EUA.
Na Mesopotâmia os males da vida que não constituíssem catástrofes naturais eram atribuídos aos demônios (No mundo atual as pessoas continuam a fazer isso). Os Bruxos, para combater as forças do mal tinham que conhecer o nome dos demônios e perfaziam enormes listas, quase intermináveis. O demônio mau era conhecido genericamente como UTUKKU. O grupo de 7 (sete) demônios maus é com freqüência encontrado em encantamentos antigos. Se dividiam em machos e fêmeas. Tinham a forma de meio humano e meio animal: Cabeça e tronco de homem ou mulher, cintura e pernas de cabra e garras nas mãos. Com sede de sangue, de preferência humano, mas aceitavam de outros animais. Os demônios frequentavam os túmulos, caminhos (encruzilhadas), lugares ermos, desertos, especialmente à noite.
Nem todos eram maus, havia os demônios bons que eram evocados para combater os maus. Demônios benignos são representados como gênios guardiões, em número de 7 (sete), que guardam as porteiras, portas dos templos, cemitérios, encruzilhadas, casas e palácios.
Os negros africanos em suas danças nas senzalas, nas quais os brancos achavam que eram a forma deles saudarem os santos, incorporavam alguns Exus, com seu brado e jeito maroto e extrovertido, assustavam os brancos que se afastavam ou agrediam os médiuns dizendo que eles estavam possuídos por demônios.
Com o passar do tempo, os brancos tomaram conhecimento dos sacrifícios que os negros ofereciam a Exu, o que reafirmou sua hipótese de que essa forma de incorporação era devido a demônios.
As cores de Exu, também reafirmaram os medos e fascinação que rondavam as pessoas mais sensíveis.
MAS ENTÃO QUEM É EXU?
Ele é o guardião dos caminhos, soldado dos Pretos-velhos e Caboclos, emissário entre os homens e os Orixás, lutador contra o mau, sempre de frente, sem medo, sem mandar recado.
Exu, termo originário do idioma Yorubá, da Nigéria, na África, divindade afro e que representa o vigor, a energia que gira em espiral. No Brasil, os Senhores conhecidos como Exus, por atuarem no mistério cuja energia prevalente é Exu, e tanto assim, em todo o resto do mundo são os verdadeiros Guardiões das pilastras da criação. Preservando e atuando dentro do mistério Exu.
Verdadeiros cobradores do carma e responsáveis pelos espíritos humanos caídos representam e são o braço armado e a espada divina do Criador nas Trevas, combatendo o mal e responsáveis pela estabilidade astral na escuridão. Senhores do plano negativo atuam dentro de seus mistérios regendo seus domínios e os caminhos por onde percorre a humanidade.
Em seus trabalhos Exu corta demandas, desfaz trabalhos e feitiços e magia negra, feitos por espíritos malignos. Ajudam nos descarrego e desobsessões retirando os espíritos obsessores e os trevosos, e os encaminhando para luz ou para que possam cumprir suas penas em outros lugares do astral inferior.
Seu dia é a Segunda-feira, seu patrono é Santo Antônio, em cuja data comemorativa tem também sua comemoração. Sua bebida ritual é a cachaça, mas não é permitido o uso de cachaça para ser ingerida dentro do terreiro durante as sessões, para este fim, cada um tem a sua preferência.
Sua roupa, quando lhe é permitido usá-la tem as cores preta e vermelha, podendo também ser preta e branca, ou conter outras cores, dependendo da irradiação a qual correspondem. Completa a vestimenta o uso de cartolas (ou chapéus diversos), capas, véus, e até mesmo bengalas e punhais em alguns casos.
A roupagem fluídica dos Exus varia de acordo com o seu grau evolutivo, função, missão e localização. Normalmente, em campos de batalhas, eles usam o uniforme adequado. Seu aspecto tem sempre a função de amedrontar e intimidar. Suas emanações vibratórias são pesadas, perturbadoras. Suas irradiações magnéticas causam sensações mórbidas e de pavor.
É claro que em determinados lugares, eles se apresentarão de maneira diversa. Em centros espíritas, podem aparecer como “guardas”. Em caravanas espirituais, como lanceiros. Já foi verificado que alguns se apresentam de maneira fina: com ternos, chapéus, etc.
Eles têm grande capacidade de mudar a aparência, podem surgir como seres horrendos, animais grotescos, etc.
Às vezes temido, às vezes amado, mas sempre alegre, honesto e combatente da maldade no mundo, assim é Exú.
ALGUMAS PALAVRAS SOBRE OS EXUS:
• Tem palavra e a honram;
• Buscam evoluir;
• Por sua função cármica de Guardião, sofrem com os constantes choques
energéticos a que estão expostos;
• Afastam-se daqueles que atrasam a sua evolução;
• Estas Entidades mostram-se sempre justas, dificilmente demonstrando
emotividade, dando-nos a impressão de serem mais “Duras” que as demais
Entidades;
• São caridosas e trabalham nas suas consultas, mais com os assuntos Terra a
Terra;
• Sempre estão nos lugares mais perigosos para a Alma Humana;
• Quando não estão em missão ou em trabalhos, demonstram o imenso Amor e
Compaixão que sentem pelos encarnados e desencarnados;
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