Vou voltar pra casa?
- Depende o que você chama de casa moço. Sua antiga casa, essa em que tinha enquanto vivia, você não poderá mais habitar. E sua morada aqui dependerá de você e de suas escolhas.
- Como assim enquanto eu vivia?!? Eu morri?!?
- Depende o que você chama de casa moço. Sua antiga casa, essa em que tinha enquanto vivia, você não poderá mais habitar. E sua morada aqui dependerá de você e de suas escolhas.
- Como assim enquanto eu vivia?!? Eu morri?!?
- Acalme-se e cale-se moço. Ou não poderemos fazer mais nada. Quer vir comigo? Deixar este lugar e aos poucos voltar a caminhar sozinho? Se afastar das sombras?
- É o que me resta não é mesmo?
- Não. Você pode escolher ficar e se tornar escravo daqueles que o assustam.
- Prefiro nesse caso, ir com vocês. Uma hora acordo desse pesadelo. Tenho certeza.
- É o que me resta não é mesmo?
- Não. Você pode escolher ficar e se tornar escravo daqueles que o assustam.
- Prefiro nesse caso, ir com vocês. Uma hora acordo desse pesadelo. Tenho certeza.
- Amenizar a dor e o pesadelo só dependem de você. Venha comigo. Se apoie em mim e venha. Depois que lhe explicar e mostrar tudo, você decidirá de vez.
- Estou caminhando e agora à pouco estava me arrastando. Isso é coisa sua?
- É decisão sua. Como em vida, são escolhas. Aqui não é diferente. Se arrastar, definhar, sucumbir, vegetar. Ou erguer-se com fé e caminhar superando todas as dificuldades. Escolhas moço. Escolhas.
- Estou caminhando e agora à pouco estava me arrastando. Isso é coisa sua?
- É decisão sua. Como em vida, são escolhas. Aqui não é diferente. Se arrastar, definhar, sucumbir, vegetar. Ou erguer-se com fé e caminhar superando todas as dificuldades. Escolhas moço. Escolhas.
Um uivo longo é ouvido de longe. E já não parecia tão ruim ou assustador para o moço que ainda caminhava com muita dificuldade tentando entender o que estava acontecendo.
- Esse uivo. Me parece amistoso agora.
- É mesmo um lobo amigo. E a dona dele estará te esperando onde estou te levando. O lobo está acompanhando, fazendo ronda. As sombras não se aproximam da luz. Mas esperam só uma oportunidade. Todo cuidado é pouco. Estamos chegando. Faça silêncio.
- É mesmo um lobo amigo. E a dona dele estará te esperando onde estou te levando. O lobo está acompanhando, fazendo ronda. As sombras não se aproximam da luz. Mas esperam só uma oportunidade. Todo cuidado é pouco. Estamos chegando. Faça silêncio.
- Mas não tem nada aqui, exceto esse velho cemitério ali adiante. Vai me enterrar por um acaso?
O homem todo de preto solta uma imensa gargalhada.
- Não moço. Pelo o contrário. Vim lhe tirar da cova e do abismo em que você se encontrava e se enfiou. Vim lhe mostrar onde trabalho. Agora cale-se.
- Desculpe. Estou nervoso.
- Desculpe. Estou nervoso.
- Trabalho aqui, na entrada do cemitério. E meu nome é João Caveira. Cuido de quem entra ou sai. Cuido de meus protegidos encarnados e temos muito trabalho no mundo espiritual. Muito mesmo. Já lhe explico mais. Ela está chegando pra se apresentar.
"Com essa mulher não se brinca, vem pra resolver coisa séria. É dona dos meus caminhos, ela é Mojubá, é Maria Quitéria."
- Finalmente moço, decidiu vir. Antes tarde do que nunca.
- Posso perguntar seu nome senhora?
- Muitos me chamam de moça, de Pombogira. Não sou rainha, mas também não sou puta como muitos falam. Meu nome é Maria Quitéria. Trabalho aqui no cemitério, junto ao Cruzeiro das almas. Acompanharemos você pelo cemitério, eu e João. Ao final, você deverá tomar sua decisão final.
- Posso perguntar seu nome senhora?
- Muitos me chamam de moça, de Pombogira. Não sou rainha, mas também não sou puta como muitos falam. Meu nome é Maria Quitéria. Trabalho aqui no cemitério, junto ao Cruzeiro das almas. Acompanharemos você pelo cemitério, eu e João. Ao final, você deverá tomar sua decisão final.
Escrito por Rascunhos do Fabio de Souza.
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